Trazer a tona à situação do IFPR campus de Paranaguá,
aproveitando o fato de que os professores e funcionários do setor
administrativo estão em greve, moveu os alunos dessa Instituição a também fazer
saber a população e a todas as autoridades competentes (principalmente aquelas
que insistem em não nos enxergar) os vários problemas enfrentados pelo campus
por incompetência gestora do governo federal e também da administração pública
municipal de Paranaguá.
O campus do IFPR- Paranaguá
contou com a “colaboração” prestimosa da administração municipal com a doação
do terreno onde se situa o Instituto. Junto a isso nos foi presenteado o
terreno já com posseiros de muitos anos, famílias que precisam ser destinadas a
um lugar digno para moradia, situação que se arrasta há anos sem solução. Esse
fato tem ocasionado inúmeros transtornos como: impossibilidade de expansão do
campus, divisão do campus ao meio por uma “rua” que não deveria estar lá, o que
coloca diariamente a vida de muitos estudantes em risco - visto que os alunos
tem a necessidade de transitar entre as diversas dependências do campus-
dificuldade de manter controle de entrada e saída de alunos, dificuldade em
manter a segurança do local - visto que a passagem da população não pertencente
ao campus é livre - entre outros aspectos. Essa situação particularmente
tem refletido numa série de desculpas do poder público municipal em efetivar as
obras tão necessárias para que o campus do IFPR em Paranaguá operasse a pleno
vapor. Que fique bem claro que nossa intenção não é limitar o acesso da
população ao campus, mas criar mecanismos para que os que adentram a
Instituição tenham segurança para permanecer lá. O desrespeito tem sido marca
por parte do poder público tanto municipal quanto federal na geração de
condições para que os estudantes não somente tenham acesso a uma educação de
qualidade, que é a proposta principal dessa instituição, mas principalmente
permaneçam nela até a conclusão de seus estudos.
A permanência é um bom assunto
para começarmos a falar de questões de logísticas que tem se revelado um
entrave sem precedentes para os alunos do Instituto. Falta, falta! A falta tem
sido a marca daquilo que vislumbramos com a chegada de tão importante
instituição em nossa cidade. Falta acesso digno ao campus, pois as ruas não
asfaltadas revelam-se verdadeiras armadilhas para os alunos que obrigados a
transitar por ela ainda enfrentam a escuridão da noite para chegar até a sede
da instituição de educação. Faltam linhas de ônibus que atendam as
necessidades de horários diferenciados com a quantidade e qualidade que a
população estudantil merece. Precisamos de mais respeito, mais dignidade para
que o acesso às portas da instituição federal não se torne uma arapuca que nos
reserve terríveis surpresas e roubem a juventude de nossos estudantes, através
de emboscadas de marginais que podem livremente rodear o campus, pois a falta
policiamento.
Nossos jovens não merecem esse
tratamento, se quisermos ensiná-los a fazer desse país um país melhor, é
preciso que minimamente possamos lhes oferecer condições para isso. Por isso exigimos
respeito, antes de acontecer uma tragédia anunciada, diante de tantos
perigos que nos coloca a incompetência do poder público.
Pedimos também ao governo
federal acesso a uma biblioteca que conte com as bibliografias pedidas pelos
professores, uma biblioteca de fato e não o projeto de biblioteca instalado lá,
cuja única função é assentar a poeira da rua não asfaltada. Para que essa
biblioteca atenda efetivamente as demandas docentes e discentes é necessário
que haja acompanhamento efetivo deles na implantação, reformulação e manutenção
dos laboratórios. Exigimos
respeito! Chega de gastarmos dinheiro, aquele que não temos, em fotocópias
sem fim, quando temos espaço na Instituição para que uma empresa opere com
preços mais baixos que os de mercado e por incompetência ainda não conseguimos
ter acesso. De que adianta construir prédio novo, por sinal ótimo prédio, sem,
contudo oferecer infraestrutura que justifique sua existência? Sepulcros
caiados! Servem para propósitos eleitoreiros, como diria o dito popular “para
inglês ver”, sem cumprir a função social para o qual foi criado. Temos
laboratórios que alunos matriculados a mais de 3 (três) anos não tiveram
acesso, pois sofrem com a falta de equipamentos. Cursos que dependem sob muitos
aspectos desses laboratórios e têm contado com as “manobras” dos professores e
alunos para sobreviverem apesar de tudo. Contamos com material humano sem
igual, professores que por exigência de concurso, e bem justificada exigência,
sustentam títulos que nos fazem respeitá-los e admirá-los, e não só por isso,
mas principalmente porque tem provado no dia-a-dia que o Instituto só vem
mantendo a sua qualidade em virtude de seu corpo docente, mas sabemos que isso
não basta. Eles precisam atender a suas demandas materiais e principalmente
acadêmicas.Exigimos respeito a eles! A valorização de suas
carreiras, não servirá somente para enfeitar as paredes de suas casas, mas para
o surgimento de grupos de pesquisas que atuarão de forma livre de amarras
ideológicas impostas, procurando soluções para os problemas mais crônicos de
nossa região. Valorizá-los, pressupõe nos valorizar, valorizar nossa região e
principalmente mudar nossa realidade através do conhecimento científico. Com
isso pedimos a criação de uma revista eletrônica que divulgue os trabalhos científicos
produzidos pelos professores e alunos da Instituição com a intenção de divulgar
e estabelecer o intercâmbio entre outras universidades também produtoras de
saberes. O intercâmbio, sedimenta, reformula e aprimora os conhecimentos, isso é
respeito ao
empenho acadêmico, tanto dos discentes como dos docentes.
Queremos postes de iluminação
pública para que ao menos os ônibus nos vejam acenando para pará-los, queremos
rua asfaltada para evitar chegarmos com os pés cheios de lama em sala de aula,
queremos linhas de ônibus com horários flexíveis e com atendimento humano
condizente com o respeito ao qual a geração que constrói o futuro desse país
merece.Exigimos respeito! Bibliotecas abarrotadas de livros de
qualidade, solicitados pelos professores, que tem competência técnica para tal,
laboratórios que passem da função de vitrine e exerçam a usualidade para a qual
se destinaram.
A exemplo dos modelos de
outras instituições federais, queremos um restaurante universitário que
contemple as necessidades básicas de alimentação dos alunos com preços módicos
e alimentação de qualidade. Exigimos respeito!
Pedimos também a viabilização
do processo de licitação para instalação de uma empresa que atue na área de
fotocópias, que por incompetência ou pelo motivo que for ainda não foi
instalada no campus. Pedimos também que esse e outros processos licitatórios
tenham uma representação estudantil em suas comissões, não somente com a função
de transparência, mas que deem voz às reais necessidades acadêmicas.
Considerando a tão propalada totalização. Não existe processo educativo sem que
a comunidade escolar esteja envolvida plenamente. Exigimos
respeito!
Quando se fala em greve
sabemos e reconhecemos o direito legítimo dos professores, por isso nos
tornamos solidários a causa a qual reconhecemos não ser apenas deles, mas de
toda a população da cidade, do estado e do país, pois se trata da construção de
um processo democrático. Contudo pedimos que atividades sejam enviadas aos
discentes durante esse período de greve, no sentido de diminuir a carga horária
de reposição, que causará inúmeros transtornos aos alunos. Exigimos
respeito!
Precisamos também que as atividades
complementares as quais a instituição prevê que os alunos realizem, tenham um
calendário definido, com propostas e principalmente sugestões claras para
contemplá-las. Com isso a comunidade local poderá se beneficiar dos
conhecimentos produzidos no IFPR- campus Paranaguá. Os equipamentos utilizados
em sala de aula precisam passar por ajustes logísticos que precisam ser
observados para serem usados de maneira a esgotar suas reais potencialidades.
Por isso exigimos
respeito, respeito
a nossa vontade de mudar a sociedade a partir de nossa realidade, respeito por
querermos acima de qualquer objetivo a construção de um processo democrático a
partir da escola. Pois ela se constitui, a partir das nossas construções
ideológicas, o espaço do saber. Como podemos então construir o saber sem
respeitar o espaço e as pessoas que dele fazem parte? Exigimos
respeito!
COMISSÃO DO MOVIMENTO
ESTUDANTIL
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